Na quarta-feira (18), explosões de "walkie-talkies" do Hezbollah ocorreram em Beirute e no sul do Líbano, um dia após milhares de pagers do grupo extremista serem detonados. O Ministério da Saúde do Líbano confirmou 14 mortos e 450 feridos, elevando para 26 o número de mortes relacionadas a explosões de dispositivos eletrônicos desde terça-feira.
Os "walkie-talkies", inventados na Segunda Guerra Mundial para comunicação via ondas de rádio, foram um dos dispositivos afetados. A Associated Press relatou explosões de sistemas de energia solar em casas de Beirute e detonações durante funerais das vítimas dos ataques aos pagers. A ONU condenou o uso de objetos civis como armas, e o governo libanês solicitou uma reunião do Conselho de Segurança para sexta-feira (20).
O Líbano, o Irã e o Hezbollah acusam Israel, que ainda não se pronunciou oficialmente. O Ministério da Defesa de Israel, no entanto, afirmou que está mudando o foco do conflito para o norte do país, na fronteira com o Líbano. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu garantir o retorno seguro dos moradores do norte de Israel.
Fontes do governo libanês informaram que os dispositivos "walkie-talkies" foram adquiridos na mesma época dos pagers, cinco meses atrás. Os pagers, usados para comunicação interna do Hezbollah e adquiridos da empresa Gold Apollo, com sede em Taiwan, teriam sido sabotados por Israel com explosivos implantados em um chip. Reportagens indicam que os explosivos, possivelmente implantados pelo Mossad, foram ativados por um algoritmo específico.
As tensões entre Hezbollah e Israel têm aumentado desde o início do conflito na Faixa de Gaza, em outubro de 2023. As recentes explosões de dispositivos eletrônicos em áreas civis marcam um novo ponto crítico nas hostilidades da região.