Fed corta juros dos EUA em 0,50 ponto percentual, a primeira redução em 4 anos.

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, reduziu a taxa de juros em 0,50 ponto percentual nesta quarta-feira (18), fixando-a na faixa de 4,75% a 5% ao ano. Essa é a primeira redução desde março de 2020. A decisão estava alinhada com as expectativas do mercado após sinais de cortes indicados pelo presidente do Fed, Jerome Powell. No entanto, o tamanho do corte foi uma surpresa, já que não havia consenso entre especialistas.

Dos 12 membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), 11 votaram a favor do corte de 0,50 ponto percentual, incluindo Powell, enquanto um membro preferia uma redução menor, de 0,25 ponto. O FOMC justificou a decisão citando "progresso na inflação e equilíbrio de riscos" e indicou que continuará monitorando as informações econômicas.

Jerome Powell declarou que essa redução deve fortalecer a economia americana sem comprometer o progresso na inflação, mas enfatizou que não há um "curso predefinido" para as próximas decisões de política monetária. "Essa recalibração ajudará a manter a força da economia e do mercado de trabalho, continuando a permitir avanços na inflação", afirmou Powell.

O corte de juros nos Estados Unidos tem implicações diretas no Brasil. Taxas elevadas nos EUA aumentam a rentabilidade dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), influenciando mercados de ações e o valor do dólar. Uma redução nas taxas pode aliviar o mercado, levando investidores a buscar ativos de maior risco, como em países emergentes. Esse movimento é benéfico para o real, que tem sido pressionado pela valorização do dólar.

Em 2024, o dólar subiu quase 12% em relação ao real, mas recentemente começou a perder força com as indicações do Fed sobre possíveis cortes de juros. Durante a coletiva de imprensa, Powell reforçou que "não estamos em nenhum curso pré-definido" e que as decisões futuras serão tomadas com base na evolução econômica e nos dados recebidos.

O Fed também apresentou o "dot plot", prevendo que a taxa de juros caia para a faixa de 4,25% a 4,50% até o final do ano. Isso sugere um possível novo corte de 0,50 ponto percentual ou duas reduções de 0,25 ponto percentual nas reuniões restantes de 2024.

A inflação, que em 2022 ultrapassou 8%, atingindo o maior nível em mais de 40 anos, agora está em 2,5%, próximo da meta do Fed. O FOMC afirmou que a inflação tem mostrado progresso em direção à meta de 2%, mas continua "um tanto elevada". Eles mencionaram que a atividade econômica "continuou a se expandir em um ritmo sólido", com ganhos de emprego desacelerando e uma leve alta na taxa de desemprego.

A decisão do Fed impacta também os juros brasileiros, pois proporciona mais tranquilidade para que o Banco Central do Brasil (BC) possa afrouxar a política monetária. Os investidores estão atentos à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que será anunciada no final da tarde desta quarta-feira.

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